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sábado, 18 de junho de 2011

RIO APODI/MOSSORÓ - Aumenta interesse por meio ambiente

O gerente da Gestão Ambiental do Município de Mossoró, Mairton França, concluiu semana passada uma maratona de reuniões ao longo do leito da Bacia Hidrográfica Apodi/Mossoró, dentro da programação da Semana de Meio Ambiente. França, que é especialista em ações de proteção ambiental, disse que aumentou substancialmente o número de pessoas preocupadas e envolvidas diretamente com atos de preservação das reservas naturais.

A percepção do gerente de Gestão Ambiental de Mossoró se deu depois que acompanhou pessoalmente um estudo ao longo do rio Apodi/Mossoró, da nascente em Luis Gomes ao desaguar em Grossos, feito por professores e alunos da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), com apoio da Petrobras e outros órgãos como Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis e Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente.

Ao longo do rio, as cidades de Pau dos Ferros e São Francisco do Oeste, conforme França, apresentam os quadros mais preocupantes do ponto de vista técnico, pois, segundo ele, os esgotos dessas cidades são jogados sem qualquer tratamento no leito do rio.
No período de seca, o leito do rio fica esgoto puro, que é jogado diretamente na Barragem de Santa Cruz, que armazena até 600 milhões de metros cúbicos de água. Para se entender a importância de rever esse quadro em Pau dos Ferros e São Francisco do Oeste, que nos próximos dois anos será fonte de abastecimento para Mossoró e todas as cidades do Alto Oeste Potiguar.

Entre as cidades que o rio apresentou o menor nível de poluição está a cidade de Governador Dix-sept Rosado, mesmo a cidade não sendo dotada de saneamento básico. Neste caso, França destaca que o rio é alimentado no período de seca por uma fonte inesgotável mineral, que é o olho d'água do Poço Feio. "Precisamos preservar este patrimônio natural", destaca França, durante palestra na cidade de Caraúbas, na Semana Municipal de Meio Ambiente.

Em Mossoró, o secretário reconheceu que realmente o rio se torna poluído em decorrência dos esgotos que recebe da cidade e também da ação do homem, que ainda não tem a sensibilidade de preservar a natureza como forma de garantir a sobrevivência no futuro. No entanto, explica que existe um esforço por parte da Municipalidade de concluir, nos próximos anos, as obras de esgotamento sanitário. "Não está faltando empenho por parte do governo Fafá Rosado para melhorar este quadro", destaca o gerente.

Mas nada será mais importante na questão ambiental do que a iniciativa popular para preservar a natureza. Neste ponto, França constatou que as palestras realizadas na Semana do Meio Ambiente neste ano contaram com um número maior de pessoas participando, em especial professores e estudantes das cidades. "Esta preocupação, esta iniciativa das pessoas é que é o mais importante no processo de preservação, pois de que adianta o gestor despoluir, urbanizar se o homem vai lá, depois polui e destrói a urbanização?", explica França.

É com consciência ambiental que Mairton França acredita que poderá reduzir, por exemplo, as queimadas nas encostas da região de Luis Gomes e também da região das cidades de São Francisco do Oeste, Francisco Dantas, Portalegre, Viçosa, Martins, entre outras que abastece o rio Apodi/Mossoró. "Estes nutrientes lá do Alto Oeste foram encontrados pelos pesquisadores no desaguar do rio em Grossos, prejudicando diretamente a natureza", diz.
Além de a consciência ambiental da população ter melhorado em relação ao meio ambiente, França destacou também que aumentou os investimentos na área de saneamento básico das cidades. Pau dos Ferros, por exemplo, já tem esgotamento em mais de 20% da cidade. É pouco. Apodi também já tem obras de esgotamento sanitário. Mossoró está com os trabalhos bem avançados. "Evidentemente que é preciso mais investimentos, pois se tratam de obras caras e que não são vistas pela população", alerta o gerente.


Lixo vai ser tratado em consórcios intermunicipais

Durante a apresentação realizada na Semana de Meio Ambiente de Caraúbas, que também faz parte do rol de cidades da Bacia Hidrográfica do Apodi-Mossoró, Mairton França lembrou que existe um projeto do Governo para tratar o lixo residencial nas cidades através de consórcios intermunicipais. Este processo de criação dos consórcios já foi iniciado e precisa de mais recursos.

O Ministério Público Estadual se antecipou a este trabalho e conseguiu na Justiça obrigar as Prefeituras de Patu e Apodi, por exemplo, a investir na recuperação de áreas degradadas por lixões perto das cidades e em áreas próximas aos leitos dos rios. As duas cidades, atendendo determinação da Justiça, removeram os lixões e enterraram em locais seguros.

O processo agora é dar andamento à criação dos consórcios intermunicipais para tratar, em usinas de beneficiamento, o lixo residencial. Na região Oeste, a ideia do governo é, em parceria com as Prefeituras, construir uma unidade perto de Apodi, outra em Umarizal e uma terceira em Pau dos Ferros. Estas unidades teriam logística para tratar o lixo da região.

Todas elas seriam financiadas com recursos do Ministério do Meio Ambiente, pois, conforme Mairton França, o Governo Federal vai sanear e investir pesado nas cidades que vão receber água da transposição do rio São Francisco, conforme previsto no projeto. Neste sentido, França se mostra otimista quanto ao tratamento adequado do lixo residencial. "Em Mossoró nós já temos o processo de tratamento adequado do lixo", acrescenta.


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